sexta-feira, 26 de agosto de 2011

CRÍTICA: Regina Duarte, a perfeita expressão de ‘O Astro’


Entre todas as produções de dramaturgia no ar atualmente, “O Astro” é a que mais chama a atenção pela sintonia entre o texto e sua realização. Cenografia e figurinos emanam uma certa atemporalidade que carrega o espectador para o universo de Janete Clair. A autora da história — muito bem adaptada por Alcides Nogueira e Geraldo Carneiro — está presente em todos os detalhes.

Mas a melhor expressão desta fidelidade ao trabalho original é Regina Duarte. No sentido amplo: primeiro pela própria escalação da atriz, uma das que mais trabalharam em novelas da autora. Depois, pela sua condução da Clô, muito criticada por alguns, mas injustamente.

Sem medo dos exageros — porque “O Astro” é uma produção carregada, que se equilibra sem disfarces num certo precipício próximo do dramalhão mexicano —, a atriz se entrega às caras e bocas que este trabalho exige. Não é a mesma Regina Duarte dos folhetins realistas de Manoel Carlos, nem poderia. O tom aqui é bem outro.

Por isso, é um prazer assistir às cenas em que a personagem desce, dramática, as escadarias de casa, com o figurino e caracterização em perfeita correspondência com o que pede o roteiro. Além disso, a câmera gosta dela. Se “O Astro” é uma novela como as que se faziam antigamente, com tipos bem definidos e poucas ambiguidades, Regina Duarte está no lugar certo.

Fonte:Patrícia Kogut,O Globo

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